Na edição de 10 de Novembro de 2006, o Jornal Porta da Estrela refere o Conservatório de Música de Seia numa notícia intitulada "Sindicato dos Professores exige explicações sobre subsídios aos colégios privados".
Nessa notícia, escrita a partir de outra produzida pela agência noticiosa LUSA, o Jornal orienta o discurso para o Conservatório de Seia, publicando uma fotografia sobre a legenda "Verbas para o Conservatório de Música postas em causa pelo SPRC".
É evidente que a notícia não tem qualquer razão de ser, tantas são as incorrecções.
Mas não é isso que está em causa.
O que interessa é que o jornal optou por dar voz a um manifesto sindical sem consultar a Escola, uma instituição do Concelho, que fica a menos de 100 metros da redacção.
O montante do Contrato de Patrocínio (e não do Contrato de Associação como é referido) é calculado pela Direcção Regional de Educação sobre o valor pago aos docentes por cada aluno e hora lectiva, isto é, serve apenas para co-financiar, em cerca de 50% e exclusivamente, os ordenados dos professores (há alguém capaz de dizer isto aos sindicalistas?).
O aumento do valor do Contrato ficou a dever-se ao aumento do número de cursos e alunos desde o ano de 2003. Nos últimos 4 anos, o Conservatório de Música de Seia foi a escola do Centro do país que mais cresceu.
Isto quer dizer que a escola tem razão de ser e tem cumprido a sua função. É exactamente por essa razão que a escola foi criada: para complementar de forma articulada - e não sobrepondo ou duplicando - a oferta e os serviços de educação da escola regular pública.
Claro que só alguns compreendem e valorizam a existência, em Seia, de uma escola do ensino especializado de música. Muitos estão contra, claro. Entre os quais, elementos de determinados sindicatos. Não sei as razões, mas entre elas estarão questões politico-ideológicas e o puro desconhecimento, claro.
Mas veja-se lá a posição do Porta da Estrela:
Se fosse um aumento dos alunos de qualquer outra escola de Seia, como a Escola Superior de Turismo, era bom, porque traria mais pessoas para Seia, etc., etc., e teria outra importância, outro tratamento, outro destaque, como aliás, já aconteceu.
Como foi o Conservatório que cresceu, porque tem tido mais alunos, mais cursos e mais professores... isso é mau(!!), de tal forma que dá a entender que um sindicato terá pedido explicações à DREC, isto como se houvesse alguma ilegalidade!
Claro que o referido sindicato pediu explicações - não sobre o Conservatório de Seia que só vem referido numa lista anexa - mas sobre a política de financiamento de todas as escolas do Ensino Particular e Cooperativo do Centro do Pais, afectas à DREC, entre as quais se contam todos os conservatórios de música, a escola Evaristo Nogueira ou a Casa de Santa Isabel, ambas de São Romão.
Então como explicar a posição do jornal?
A posição do jornal só se pode explicar de duas maneiras:
Ou está contra o Conservatório de Música de Seia e o seu financiamento;
Ou o desconhecimento é tal que nem se apercebem do sentido do texto publicado.
Eu vou mais pela segunda, mas nem sei bem...
Porém o acto de publicar é um acto de grande responsabilidade. E porque defendo que as instituições têm de estar a altura das funções que pretendem assumir, que a competência e isenção implica o trabalho de profissionais esclarecidos e por considerar que os leitores não são correctamente informados, decidi cancelar as minhas assinaturas do Jornal Porta da Estrela.
António Tilly